Matéria originalmente publicada pelo portal http://porvir.org/
Milena Dolci usou as notas baixas dos colegas como motivação para criar EduQuest e agora coleciona premiações em torneios pelo país
Durante o ensino médio, muitos alunos perdem o sono pensando nas dificuldades que enfrentam nas matérias da área de exatas. No Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), em Ponta Porã (MS), o cenário não era diferente. Cansada de ver seus colegas desmotivados pelas notas baixas e reprovações em física, a aluna Milena Dolci, de 18 anos, formada recentemente no curso técnico de informática, resolveu criar um software educacional com o objetivo de motivar os estudantes, dentro da sala de aula, a terem um desempenho melhor.
Segundo ela, o software EduQuest dinamiza a aula, mas não substitui o professor: ele serve como um auxílio de aprendizagem aos alunos. O jogo funciona da seguinte forma: o professor instala o software no computador e cadastra as questões (que ele mesmo formulou) e as respostas dentro da ferramenta. O próximo passo é dividir a sala em duas equipes. Cada uma receberá uma caixa de madeira, idealizada e montada por Milena, com quatro botões que representam as alternativas de resposta: de A até D.
O professor deve projetar as perguntas e indicar o momento que os alunos podem apertar o botão que representa a alternativa correta. O grupo que apertar primeiro tem o direito da resposta. A equipe que acumular mais pontos ao final das questões, ganha a competição. “O jogo pode ser usado de forma introdutória ou para concluir a matéria. O professor pode formular questões com vídeos, músicas ou imagens e cadastrar no software, que não precisa de internet para rodar. Escolas que não têm conexão também podem jogar”, ressalta Milena.
Apesar de ter usado as notas baixas dos colegas em física como motivação para a elaboração do software, Milena afirma que o programa não é restrito a essa disciplina. “Depois de perceber que mais da metade dos alunos estavam com notas baixas em física, eu tive a ideia de montar o software. Mas não restringi somente à física, ele serve para outras disciplinas também, como matemática, português, filosofia ou qualquer outra”.
Classificação para feiras
No início de 2015, Milena participou da Expo Milset Brasil, evento nacional do Movimento Internacional para o recreio Científico e Técnico, que promove o intercâmbio de conhecimento entre alunos pesquisadores e professores orientadores com a sociedade. Na feira, realizada em Fortaleza (CE), o software de Milena conquistou o primeiro lugar na área de engenharias, além de render a aluna a credencial para o I-SWEEEP (The International Sustainable World – Energy, Engineering, and Environment – Project; do inglês, Projeto Internacional do Mundo Sustentável – Energia, Engenharia e Ambiente), feira de competição aberta a estudantes do ensino médio, realizada anualmente nos Estados Unidos. Por ora, Milena busca apoio para custear a viagem internacional, uma vez que a credencial cobre somente a hospedagem nos EUA.
Além dessa conquista, a estudante também participou da Fetec – MS 2015 (Feira de Engenharias, Tecnologias e Ciências). No evento realizado em novembro, o software ficou em primeiro lugar na área de ciências da computação e, mais uma vez, rendeu uma credencial a Milena: dessa vez, para a Febrace, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharias, que será realizada em março, na USP.
O funcionamento das caixinhas
Para construir as caixinhas que acompanham o software, Milena teve que buscar novas fontes de conhecimento, além das aulas no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. “Toda a parte de construção da caixa eu fiz a partir de informações da internet e de livros, porque no Instituto Federal eu não tive aula sobre isso”. Ela explica que dentro de cada caixa, há uma placa Arduino, e o sistema elétrico é montado a partir dela. “Eu programei as placas para que, quando um aluno apertasse o botão, mandasse um sinal para o software”.
A comunicação entre um caixa e outra é feita via rádio e o software recebe as informações das caixas também via rádio. “As caixas são lacradas, os alunos não entram em contato com a parte elétrica”.
Milena defende que o professor não encontra dificuldade para cadastrar as questões no software. “Não precisa ter um grande conhecimento de informática para cadastrar as questões. Eu elaborei um tutorial com informações e dicas para cadastrar vídeos, imagens, textos, músicas. Além disso, professores do ensino fundamental e médio podem usar o software com seus alunos, já que são eles próprios que elaboram as questões, definindo a dificuldade do jogo”, defende ela.
Primeiro teste
Para o primeiro teste dentro da sala de aula, Milena levou o software para uma escola estadual de Ponta Porã no final de 2015, e alunos do terceiro ano do ensino médio jogaram na aula de biologia. “Aparentemente, os alunos gostaram muito, já queriam jogar de novo. Mas eu fiz um questionário para eles e para a professora e agora estou avaliando se rendeu aprendizagem ou não”, defende Milena. “Eu produzi o software em dois anos. Consegui levá-lo para sala de aula pela primeira vez porque não queria que desse nenhum erro. Eu jogava com os meus amigos pra saber se iria dar tudo certo, para depois levar para os alunos”.
Com a volta às aulas, Milena quer agora ampliar os testes, sem se limitar a uma disciplina. “Quero aplicar em matemática e em alguma matéria de humanas, pra ver se está ajudando ou não”.
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