Espaço Maker: 3 passos para engajar nos trabalhos em grupo

Espaço Maker: 3 passos para engajar nos trabalhos em grupo

Espaço Maker tem grande potencial para o aprendizado da sala quanto aos desafios dos trabalhos em grupo. Confira!

Cada ambiente de ensino enfrenta um desafio diferente e alguns dos mais comuns estão relacionados ao trabalho em grupo, como funciona isso num Espaço Maker?

Os trabalhos em equipe sempre são bem vistos no meio acadêmico, seus princípios e fundamentos teóricos são essenciais para o desenvolvimento de competências como: comunicação, liderança, colaboração e proatividade. No entanto, dentro das salas de aulas os trabalhos em grupos podem gerar desafios para os quais você não estava preparado. Como continuar propondo atividades em grupo que proporcionem um ambiente de desenvolvimento legítimo dessas competências?

A Escola de Inventor já enfrentou essas situações diversas vezes em salas de aulas, portanto decidimos trazer alguns dos nossos aprendizados acerca do assunto:

  1. Desafios relevantes

Você já deve ter experimentado situações em que os trabalhos em grupo não soaram tão importantes ou atrativos. Quando isso acontece os resultados são rasos e as competências que seriam trabalhadas acabam ficando de lado. Mas como criar desafios relevantes?

Desafios se tornam motivadores quando nascem dos questionamentos dos próprios alunos. Prepare um tema e dê abertura para que se levantem as mais interessantes dúvidas em relação a ele. Leia um exemplo real: durante um trabalho sobre seleção natural, algumas perguntas inquietam os alunos:

“Por que no estudo de evolução usam-se tantos nomes e grupos para os milhares de seres vivos? Não poderia ser apenas um grupo de árvores, um grupo de animais e um grupo de microrganismos?”

Embora as perguntas não soem interessantes para um Bacharel em Biologia, é nela que mora a inquietação científica e o engajamento. Permita que sua sala seja um ambiente de valorização, investigação e compreensão dessa questões. Importe-se com as “simples demais”, ajude na elaboração delas e elas se tornarão cada vez mais complexas.

Concluindo, é muito mais fácil se envolver em questões que inquietam realmente seus alunos, nas salas esses questionamentos se repetem e você poderá organizá-los em grupos realmente motivados a explorar um tópico. Ao final, você terá o papel de criar pontes entre os temas discutidos pelos grupos, auxiliando a compreensão sistêmica daquele conteúdo das aulas e mantendo a sala engajada nos trabalhos em equipe.

Espaço Maker Engajar
  1. Organização

Imagine que você recebeu uma tarefa totalmente nova a qual você não teve experiências anteriores parecidas ou se teve acabou tendo uma dor de cabeça enorme. Nossa equipe descobriu que na maioria dos casos é assim que o aluno se sentem diante um trabalho em grupo. Esse pode ser o início do caos ao propor equipes e tarefas no Espaço Maker. Mas o que fazer?

Trabalhar em grupo exige em primeiro lugar uma organização. Não saber pelo menos por onde começar uma pesquisa ou a divisão de tarefas pode desanimar os membros e levar a proposta a falência. Antes de propor projetos complexos no Espaço Maker trabalhe algumas competências com a sala em projetos pequenos e de ciclo rápido.

Exemplo de ciclo rápido:
– Leve para os alunos uma questão ou desafio planejado por você (nada complexo)

– Dê a eles um tempo inicial para estabelecer/esquematizar um plano de ação para resolver o problema e chegar no resultado. A equipe deve também separar as funções de cada membro.

– Os alunos devem apresentar seus métodos e tarefas pessoais ao resto da sala.

– Permita que eles executem o plano de ação com um tempo limitado.

– Terminado o tempo os alunos apresentam o que foi feito, anotam as dificuldades do método, problemas com a divisão de tarefas e propõem melhorias para o processo.

– Ao final, sistematize com eles os erros mais comuns mostrando formas alternativas de resolução para tais dificuldades. Quer ter uma sala ou Espaço Maker inovador? Apresente a eles o Design Thinking (entenda melhor o que ele é e como aplicar em sala).
Observação: O desafio pode ser o mais simples possível e divertido, não envolva nessa etapa questões de conteúdo complexas, é necessário que eles compreendam os desafios da colaboração.

Repita o ciclo quantas vezes achar importante até que perceba uma sala capaz de enfrentar desafios e projetos maiores e mais complexos. Equipes que compreendem melhor a gestão de um projeto e a divisão de tarefas são mais autônomas, criativas e resilientes. Invista esse tempo e transforme o ambiente de sala de aula.

  1. Avaliações individuais

Um cenário comum no trabalho em grupo é ter uma parte ou uma pessoa do apenas que faz tudo pelas outras. É provável que isso venha da falta de engajamento de alguns membros, no entanto, também reflete uma divisão de tarefas desproporcional ou uma falha de liderança. Entenda o que pode ser feito nessas situações.

Para evitar que pessoas sejam sobrecarregadas você pode utilizar avaliações individuais. Visite os grupos e analise as competências de cada pessoa, verifique o status das suas tarefas no processo de execução do projeto: por que está atrasada? O que está dificultando você terminar essa tarefa? Você precisa de ajuda para finalizar?

Dica: Para a gestão das tarefas individuais no Espaço Maker ou sala de aula: utilize o KanBan! Essa ferramenta é utilizada em projetos complexos e simples. Cada membro faz uma tabela com 3 divisões: Fazer/Fazendo/Feito. Cada aluno deve dividir suas tarefas nos menores processos possíveis e escrever tudo em post-its, por exemplo, “pintar o projeto” se transforma em “Comprar tinta” + “Comprar pincéis” + “Decidir as cores”. Se a tarefa for iniciada o aluno cola o post-it no Fazendo, ao finalizar ela passa para o Feito. Visite os grupos para verificar os KanBans, avaliando o andamento.

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