Matéria originalmente publicada pelo portal Innoveedu
Problema: Estudantes separados por idade e distantes uns dos outros, aulas teóricas e expositivas tediosas, com poucos momentos de diversão são práticas da escola tradicional que o projeto Escuelas Experimentales procura subverter. A rede de 38 escolas adota a metodologia da educação democrática. O ensino é personalizado e colaborativo e tem as artes plásticas e a música como fios condutores. O método de ensino segue os preceitos da pedagogia da tolerância, criada pelo educador Paulo Freire, em que a educação está sempre em construção, com professores e alunos ensinando e aprendendo juntos. A proposta pedagógica começou a ser colocada em prática no ano de 1958 com três professoras, na casa de uma delas. A primeira escola pública foi criada em 1984, denominada Instituto de Educación Superior “Roberto Themis Speroni”.
Soluções: Não existem separações por série. Os cerca de 100 a 200 alunos do ensino infantil ou fundamental de cada escola participam juntos, em grupos de no máximo 15 alunos, de aulas realizadas em rodas de discussão. A abordagem das disciplinas obrigatórias, como história e matemática, é feita por meio das artes e da música. Durante uma aula de pintura, por exemplo, o professor pode falar sobre o contexto histórico e social de uma figura conhecida. Os educadores acompanham a evolução dos estudantes no aprendizado, mas também em questões pessoais, como problemas de visão ou audição e alimentação. A avaliação dos alunos é feita pelas produções realizadas durante as aulas. Não há provas. Música, poesia e teatro são formas para falar também de questões ligadas às tradições regionais. Os instrumentos musicais ficam à disposição dos alunos, para serem usados à vontade. Todos os dias os professores se reúnem por duas horas ao final do trabalho para falar sobre os alunos e as atividades dadas e programar o dia seguinte. As decisões são tomadas em conjunto.
Resultados: O método de ensino da rede leva as crianças e adolescentes a aprender a estudar de forma colaborativa, a respeitar diferenças e a ser solidários. O sentimento de entusiasmo está presente durante todo o tempo que passam na escola. Eles fazem questão de ajudar uns aos outros e de participar de projetos criados pelos colegas ou por eles mesmos. As turmas pequenas permitem a proximidade entre professor e aluno.
Um estudo do Centro de Implementación de Políticas Públicas Para el Equidad y El Crecimiento (Cippec) mostrou que nos anos de 1997, 1998 e 2000, alunos de escolas experimentais se saíram melhor em provas de língua e matemática do que alunos de escolas tradicionais da Argentina.
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